sou de tempo
nenhum – procuro à toa
a voz que ecoa a
tua quando eras
será nesta Lisboa
ou noutra terra
ainda mais remota
e estrangeira
que um dia te
acharei – e a vida inteira
a cochilar num
banco de jardim
entretanto sem
fim e sem ninguém
a quem pergunte o
nome desta rua
passo, e vozes
por mim – nenhuma é a tua
de nenhum tempo
vim – te espero à toa
Carcavelos,
29-10-2012