29.10.12

Rua


sou de tempo nenhum – procuro à toa
a voz que ecoa a tua quando eras
será nesta Lisboa ou noutra terra
ainda mais remota e estrangeira
que um dia te acharei – e a vida inteira
a cochilar num banco de jardim
entretanto sem fim e sem ninguém
a quem pergunte o nome desta rua
passo, e vozes por mim – nenhuma é a tua
de nenhum tempo vim – te espero à toa


Carcavelos, 29-10-2012