O tempo vai fazendo o seu trabalho
e eu aplicadamente o contrario
– não
com força bastante para pará-lo
mas com a da corrente deste rio
que puxa um barco de volta pro mar
e o barco o vai vencendo, indiferente,
rumo à nascente onde não chegará.
Assim resisto. O tempo segue em frente.
E enquanto segue somos companheiros,
sem nunca coincidir, meu não, seu sim.
Quando encontrar o porto, o marinheiro
da margem se despedirá de mim.
O tempo terá sido passageiro –
eu, rio, em direção ao mar, sem fim.
14-07-2015