24.1.14

Balanço

Desperdicei o meu dia
da manhã ao meio dia
vi-o escorrer pelo ralo
da pia

desde a sesta até à ceia
vi-o fugir como a areia
que o vento leva da praia
levou-o a maré cheia
a turista em sua saia
vi-o fugir como a areia
pela fresta da ampulheta
ficou a vida incompleta
de tudo o que prometia
queria-o guardar não pude
fazê-lo render, não soube
não tenho o campo lavrado
a página está baldia
nem grão de trigo plantado
nem semente de poesia

desperdicei o meu dia 

Sem comentários:

Enviar um comentário