29.4.18

Meio


Não sei se Deus, pela mão do acaso
não sei se o acaso, pela minha mão
- tudo o que tenho é o que me dão
e vão tirando. Mas não faço caso.

Entre o que há de vir e o que veio
o big bang e este minuto
sou só o meio
um filamento, um conduto
um canal
o breve bruxuleio de um sinal
fortuito
que alguém talvez me fez mas que eu, que vejo mal,
não leio.

(Às vezes penso nisto - mas não muito.
Não esperneio.
Olho para o lado.
Nisto que sou nem tido nem achado
hoje não sei. Amanhã estarei calado).

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