31.3.19

Tu


Para quando a casa do sonho
para quando
cavalos pela alvorada
mastigavam poeiras e orvalhos e nuvens
poeiras e orvalhos e nuvens e tu
da janela governavas a paisagem

para quando as aleluias e as garças
donas de tudo entre o pinheiro e a treva
a casa do sonho a casa do sonho a casa

um badalo convocava para o almoço
vozes e risos pelos montes, tu
escondida na horta, submersa
no pátio ensolarado

dona de tudo entre o pinheiro e a treva

para quando a tarde extrema entre os teus dentes
a tarde com a sua urgência, a tarde
com a sua urgência
a tarde


Sem comentários:

Enviar um comentário