O que eu queria, meu amor
o que fantasio
era te inspirar orgasmos
de toda cor e feitio
que em cada parte do teu corpo
onde chegasse o meu toque
brotasse mais um orgasmo
e depois outro, e mais um
e todos múltiplos
e tantos
uma sinfonia de orgasmos
os teus, os meus, em sincronia
e nenhum deles mais do mesmo
uns tântricos,
outros românticos,
uns mais pacíficos
outros atlânticos
orgasmos sísmicos
cataclísmicos
um infinito
outro fugaz
estes sutis
estes brutais
líricos,
líquidos,
telúricos,
lúdicos
lúbricos
anais
aqueles cármicos
estes anímicos
espirituais
e vez por outra um tão profundo
que alvoroçasse uma cidade
na outra ponta do mundo
(sem falar do vizinho do lado
que logo chama a polícia
que grande inconveniente
explicar ao senhor agente
quanto pode uma carícia)
isto, meu amor, é o que eu queria
e quem sabe te darei, um dia
assim o corpinho possa
(não é nenhuma promessa
é só uma fantasia)
até lá, entretanto, se esta
improvável dança nossa
puder ir sendo o que for
não é um orgasmo, meu amor
mas para mim já é uma festa
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